Justiça Restaurativa
O Diário - 5 de junho de 2025

Ana Paula Febatis- Pedagoga, Historiadora e Coordenadora da Casa da Mulher Paulista
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A Justiça Restaurativa convida toda a sociedade a se corresponsabilizar por construir um combate real contra as violências, para que as mudanças aconteçam e realize verdadeiramente a justiça social. Mas, para as mulheres desde a sua infância, esse processo não é nada fácil, principalmente pelas violações que se apresentam em suas vidas. E as possibilidades de cada uma descobrir sua própria voz, e usar essa voz, no seu tempo-espaço, precisa que muitas outras mulheres, compartilhem a sororidade ou dororidade para fortalecer a autoestima, sonhos, amor próprio, renovar esperanças e enfrentar os desafios impostos pelo medo da esperança, usar o doce do nosso coração para a vida amarga de outras. E isso, diversas mulheres entendem perfeitamente, e deve-se agradecer a cada uma, não só pela representatividade, mas por se posicionarem ao lado nesta luta das mulheres por direitos. E esse é um movimento que necessita de todas formas de entendimentos de gênero com todas as inclusões, para que essa construção seja concreta.
Cada um tem sua importância nesse movimento. Uma pessoa que conscientiza e apoia a nossa jornada feminina, incentiva a seguir em frente, colhe frutos e reconhecimentos. Estar entre mulheres, é criar uma prática de escuta, que emociona, conecta com o ado, presente, recria futuros ao ouvir ou falar, com respeito. Essa é uma ação que entregamos amor e dedicação, e potencializa a consciência coletiva. E compreender as diferentes formas de ser mulher na diversidade de espaços, lugares, falas, contextos sociais, dentro de um mesmo território, tempo e diferentes construções, nos leva a pensar o quanto precisamos refletir em possibilidades em relação ao cuidado com a mulher, incluímos todas as pessoas, pois, “metade do mundo são mulheres e a outra metade, filhos delas”. Acreditando que é possível a mudança no espaço dentro de nós, onde a indiferença e apatia dominante, possa dar lugar ao sentimento norteador de valorização. E nutrida de grande esperança, suficientemente transformadora e contínua, exercemos ações, não só pelas mulheres, mas por todos.